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O Projeto Hippocampus – Biologia, cultivo e conservação de cavalos-marinhos é uma iniciativa do Instituto Hippocampus, Instituição de direito privado e sem fins lucrativos, que se dedica à conservação e educação ambiental. Originário do Rio Grande do Sul estabeleceu-se em Porto de Galinhas, Ipojuca, desde 2001. Além do programa científico e de desenvolvimento humano, mantemos um centro de visitação para escolas, universidades, comunidade local e de turistas do mundo inteiro, recebendo uma média de 3500 visitantes por mês. Ocasião em que informamos sobre o estado de conservação dos cavalos-marinhos no Brasil e no mundo. Trabalhamos em parceria com laboratórios das universidades: UFRGS, UESPI, UNISANTA, UEFS, UFSB, UFPE, UFRPE, UNESP e com o ICMBio, através da pesquisa realizada em várias UCs (Unidades de conservação).
Nossa equipe de biólogos e veterinários desenvolve trabalhos nas áreas de taxonomia, dinâmica populacional, genética, morfologia, histologia, parasitologia, comportamento e cultivo em cativeiro de cavalos-marinhos.
No programa de desenvolvimento humano, apoiamos projetos de educação e geração de renda para comunidades.
O perfil genético e o fluxo gênico ao longo da costa brasileira auxilia no entendimento do estado de conservação das espécies.
O domínio das técnicas de cultivo do cavalo-marinho é necessário para garantir sua presença futura no ambiente. Nossos reprodutores possuem avaliação de perfil genético, bem como, sua alimentação e da prole é feita com presas vivas para que não encontrem dificuldades em caçar, caso retornem ao ambiente. Desenvolvemos também o cultivos dos itens alimentares: microalgas, rotíferos, copépodas, artemias, camarões e peixes.
O estudo da morfologia e histologia funcionais auxilia no entendimento do modo de vida de cada espécie.
Parâmetros populacionais, tais como, período reprodutivo, alta estação reprodutiva (pico), fertilidade/fecundidade, idade/altura de formação da bolsa incubadora do macho, idade/altura de primeira maturação sexual são obtidos para cada espécie para aplicação em planos de manejo regionais e Nacional.
No Brasil existem três espécies de cavalos-marinhos: Hippocampus reidi, o cavalo-marinho do focinho longo; Hippocampus erectus, o cavalo-marinho raiado e Hippocampus patagonicus, o cavalo-marinho do focinho curto.
Os cavalos-marinhos são peixes ósseos (teleósteos) que pertencem ao gênero Hippocampus e à família Syngnathidae. No mundo, existem mais de 40 espécies de cavalos-marinhos distribuídas em todos os continentes, em regiões tropicais e temperadas. As três espécies brasileiras encontram-se distribuídas ao logo da costa do nosso País. Habitam ambientes semelhantes, porém H. reidi, espécie mais facilmente encontrada, ocupa tanto os estuários, quanto o mar. Hippocampus erectus e H. patagonicus ocupam o ambiente marinho, sendo raros os registros em estuários. Os cavalos-marinhos, em regiões tropicais (temperatura média de 28ºC), apresentam um período de incubação dos ovos em torno de 12 dias, podendo parir mais de 1500 cavalinhos, dependendo da idade do casal. Reproduzem o ano inteiro e a partir de um ano de vida, os casais formados já conseguem produzir mais de 1000 alevinos por gestação. Observamos para H. reidi, o clássico comportamento monogâmico (em laboratório), porém, não foi o que aconteceu com H. erectus. Nessa espécie ocorreram diversos comportamentos, inclusive, machos cortejando machos, mesmo na presença de fêmeas. Para H. patagonicus, Dr Diego Luzzatto informou (comunicação pessoal) que em seus estudos e cultivos da espécie, os pares apresentaram monogamia, porém eventualmente trocaram de parceiros e que o tempo de incubação dos ovos é de 17-22 dias, dependendo da temperatura. As três espécies apresentam comportamento e preferências alimentares muito semelhantes, sendo estas, à base de pequenos crustáceos. Os cavalos-marinhos exibem baixa mobilidade e fecundidade, quando comparados às outras espécies de teleósteos, ainda assim, essas características seriam suficientes para a manutenção dos estoques naturais, não fosse a pressão imposta através da pesca incidental ou direcionada e a degradação ambiental causando a perda de habitats.
O cavalo-marinho do focinho curto. Distribuição para H. patagonicus: Amércias, Western Atlantic: Argentina e Brasil.
O cavalo-marinho raiado. Distribuição para H. erectus: Américas, Western Atlantic: Canada (Nova Scotia), USA, Bermuda, Bahamas, Cuba, Haiti, Caribbean, Leeward Islands, Mexico, Guatemala, Belize, Panama, Colombia, Venezuela, Uruguay, Argentina and Brazil. Europa, Eastern Atlantic: Portugal, Azores Archipelago.
O cavalo-marinho do focinho longo. Distribuição para H. reidi: Américas, Western Atlantico: USA, Bermuda, Bahamas, Cuba, Haiti, Belize, Panama, Jamaica, Barbados, Granada, Colombia, Venezuela, Argentina and Brazil.
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A sala de visitação do Projeto Hippocampus exibe aquários com cavalos-marinhos oriundos de ambientes naturais e espécimes nascidos e crescidos em nosso laboratório, além de outros peixes e invertebrados representantes da fauna marinha pernambucana. Nesse espaço, você visualiza os animais, realiza uma visitação com guia e assiste um pequeno vídeo Institucional (6 min) falando sobre a vida dos cavalos-marinhos.
Os projetos de crescimento humano e educação são constituídos pelo Coral do Projeto Hippocampus e a Escolinha do Biólogo Mirim. São crianças da comunidade entre 9 e 15 anos de idade que recebem aulas de música pela manhã e aulas de educação ambiental e cidadania à tarde. As atividades acontecem todos os sábados, das 09:00 as 16:00 e são ministradas por um professor de música e um biólogo, ambos mantidos pelo Projeto Hippocampus. Fornecemos também os lanches e almoço que são feitos com muito carinho para nossas crianças. O repertório do Coral é de MPB.
Os projetos voltados para o crescimento humano e geração de renda apoiados pelo Projeto Hippocampus constam de grupos de mães das comunidades de Porto de Galinhas (Feito a Mãe e Bioartes) e Serrambi (Mar, Mulher e Arte). Os grupos ganharam as máquinas de costura reta, bordadeira, overloqueira, mesa de corte, tecidos, linhas, tesouras e demais insumos, suficientes para começarem uma produção e gerarem seu próprio sustento. Além disso, durante o primeiro ano receberam uma verba mensal para compra de mais matéria prima, ajudando no equilíbrio e estabelecimento dos grupos. Ainda, receberam capacitação e acompanhamento por instrutora de costura e artesanato mantida pelo Projeto Hippocampus. Todos os produtos confeccionados são vendidos na Lojinha do Projeto Hippocampus e comércio local. Para formalização dos grupos como Pessoa Jurídica, as mães recebem o auxílio do SEBRAE-PE.