COMO É A BOLSA INCUBADORA DO MACHO?

Os singnatídeos apresentam uma bolsa incubadora para desenvolvimento da prole em graus de complexidade, que variam, desde uma área no corpo do macho para “grudar” os ovos, passando por pregas epidérmicas que conferem certa proteção aos ovos, até a bolsa selada dos cavalos-marinhos, considerada a mais alta especialização do grupo. Quando a bolsa incubadora se desenvolve no abdome do macho, o grupo é chamado Gastrophori e quando é na cauda, Urophori.  É uma estrutura evoluída para proporcionar alto cuidado parental até o nascimento da prole, visto que após o nascimento, não há mais cuidado por parte dos pais. Nela, a bolsa selada, os embriões não têm contato com o meio externo (água).

A bolsa incubadora do cavalo-marinho é formada na parte ventral da cauda, sobre os primeiros anéis e a proliferação do tecido epitelial da bolsa se dá das laterais para o cento. Quando a bolsa fecha (completa sua formação), não significa que o macho está apto ao acasalamento, ainda é necessário o amadurecimento gonadal e de funcionalidade da bolsa, o que envolve vários hormônios.

Esquerda: bolsa incubadora recentemente formada e imatura. Centro: bolsa incubadora fechando, último estágio de formação. Direita: bolsa incubadora grávida.

Quando o macho está pronto para acasalar (receptivo ou maduro), o revestimento interno da bolsa (tecido conjuntivo frouxo, chamado de pseudoplacenta) apresenta-se altamente vascularizado para receber os ovos que serão incubados. Ele se organiza em forma de “pequenas casinhas”, lado a lado, como uma colmeia, e cada casinha recebe um ovo para desenvolvimento. Embora o embrião seja nutrido pelo vitelo do seu ovo, que é uma herança materna (e é um ovo com bastante vitelo), a bolsa do macho tem um papel fundamental no sucesso do desenvolvimento embrionário, uma vez que ela serve de proteção contra choques mecânicos e choques osmóticos (mudanças abruptas na salinidade da água).  Como sabemos, cavalos-marinhos habitam o mar, mas também os estuários, onde a salinidade ao longo de 24 h muda grandemente em função das marés e a bolsa incubadora é capaz de manter o meio interno de incubação estável. Os fisiologistas descobriram que além disso, a pseudoplacenta passa fatores de crescimento, hormônios e vitaminas aos embriões, e cálcio para formação do esqueleto.

É uma estrutura fantástica!!!

Esquerda: Bolsa incubadora recortada de H. reidi exibindo a pseudoplacenta, onde a maioria dos embriões foi removida para sua visualização. Direita: Corte longitudinal da bolsa grávida de H. reidi: note a estrutura de “casinhas” altamente vascularizadas (pseudoplacenta), cada compartimento recebe e desenvolve um ovo.

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Mapa de Distribuição de Especies

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DISTRIBUIÇÃO PARA O BRASIL RETIRADA DE: Silveira, R.B., Siccha-Ramirez, J.R., Silva, J.R.S. & Oliveira, C. (2014) Morphological and molecular evidence for occurrence of three Hippocampus species (Teleostei: Syngnathidae) in Brazil. Zootaxa, 3861 (4), 317–32.
DEMAIS DISTRIBUIÇÕES RETIRADAS DE: Lourie, S.A.; Pollom, R.A.; Foster, S.J. 2016. A global revision of the Seahorses Hippocampus Rafinesque 1810 (Actinopterygii: Syngnathiformes): Taxonomy and biogeography with recommendations for further research. Zootaxa, 4146 (1): 001–066