Os cavalos-marinhos
Os cavalos-marinhos são peixes ósseos que não possuem escamas e nadam na posição vertical (em pé). Eles pertencem à família Syngnathidae que inclui também os peixes-cachimbo, dragão do mar e cavalo-cachimbo. Nesta família, somente os machos ficam grávidos. Eles compartilham várias características com os peixes de anatomia tradicional (peixe T) e podemos observar isso quando colocamos o cavalo-marinho na posição horizontal, o que pode ser melhor compreendido no esquema baixo, onde mostramos algumas destas características (mas não todas).

Em azul escuro, temos uma pequena boca no final de um longo e estreito focinho do cavalo-marinho, enquanto a boca do peixe T está situada no final de um focinho largo. Passando pelo olho, nos deparamos com o opérculo, cuja abertura (em laranja) é reduzida nos cavalos-marinhos à um orifício superior perto da base da nadadeira peitoral que está representada pela cor verde. Em seguida vem a nadadeira dorsal na cor amarelo e a pequena nadadeira anal (vizinha do ânus) em preto. A cauda, na cor vermelha, nos cavalos-marinhos, não possui nadadeira caudal (em rosa) como o peixe T. O cavalo-marinho não possui nadadeira pélvica (azul claro). O cavalo-marinho possui o corpo completamente recoberto por anéis ósseos articulados que lhe conferem proteção mecânica contra predadores e a cauda preênsil que permite a fixação ao substrato. Uma estrutura única (em cinza) a bolsa incubadora do macho é responsável pela recepção dos ovos (ovócitos) da fêmea para fertilização e desenvolvimento embrionário.
Embora sejam os machos que engravidam, o comportamento de corte é convencional com os machos competindo pelas fêmeas. O namoro dos cavalos-marinhos pode durar de algumas horas até alguns dias, dependendo se o casal já estava junto ou se é um casal recém-formado.
A espécie Hippocampus reidi, em temperaturas de climas tropicais, como no estado de Pernambuco, que tem uma média anual de 28° na água, leva em média 12 dias de gravidez desde a fecundação. E como acontece isto? Existe uma “dança nupcial” entre o casal, onde a fêmea transferi para dentro da bolsa incubadora do macho todos os ovos produzidos por ela. O macho fecunda liberando os espermatozoides dentro da bolsa e está grávido.
Quando passam 12 dias de incubação, os embriões se desenvolveram e estão prontos para o nascimento que se dá por contrações da musculatura da bolsa incubadora, expulsando os peixinhos por meio de “jatos”. Assim que nascem, os cavalos-marinhos estão aptos à natação e alimentação sozinhos, não havendo mais cuidado por parte dos pais. Então eles se alimentam de zooplâncton, animaizinhos marinhos microscópicos.
A alimentação, em qualquer idade, é feita através de seu focinho tubular que finaliza em uma pequena boca, especializada em sucção de microrganismos, principalmente crustáceos, seu “prato favorito”.
No Brasil, temos três espécies de cavalos-marinhos: Hippocampus reidi, o cavalo-marinhos do focinho longo; Hippocampus patagonicus, o cavalos-marinho do focinho curto e Hippocampus erectus, o cavalo-marinho raiado que possui um tamanho de focinho intermediário entre as outras duas espécies. Eles se distribuem de norte a sul do Brasil, se estendendo para a Argentina (San Antonio Oeste) ao Sul e, até os Estados Unidos (Carolina do Norte), na América do Norte.